Geoca

A alcunha de um acaso, como o descobrimento de Pindorama, da casa tupy, a Oca, ao invés do palácio indiano, sonhado por Cabral. Nasce de uma expedição pela  Lagoa da Conceição, com um amigo açoriano em deriva, aspirantes de arquitetos, encalhamos na curva da Lagoa, um naufrágio bem sucedido para uma oportunidade criativa, além de uma nova amizade.

Noutro dia estávamos a desenhar, Eu e Thaís, cliente e nova amiga eterna, enviada por mensagem de voz por um capitão cervejeiro e letrado. Um acaso eternizado pela vontade de receber amigos, praticar ioga e debater cinema em frente a lareira e a uma farta adega. Assim foi o primeiro contato, contrato brindado, na casa grande da reserva familiar no alto do Pantanal. Pizza e arte, uma galeria neobarroca, um chalé praiano cercado de verde e vivências.

Mata Atlântica, onde os Guarapuvus reinam, 4 demarcam o espaço para o pouso da nave. E tinha que pousar, para vencer o desnível e saudar os reis-guarás. Ganhamos um solar, com eira e beira, com fonte e entradas panorâmicas, que são portas e janelas revelando o térreo social da hemisfera com seus 16 arcos de MLC. A forma pura e fluída da oca geodésica faz com que as paredes se transformem na própria cobertura, em sua camada mais exterior, feita de fibra de vidro, uma epiderme estanque a umidade. É um pouso sobre os pilotis, que se encontram nas bordas da piscina do living externo, amortecendo a gravidade tectônica na interface com a natureza.